sexta-feira, 25 de julho de 2008

Com M maiúsculo.


Era de se esperar que no último 8 de março o comportamento masculino fosse diferente. Grande ilusão: não foi. Ao menor sinal de comemoração o protesto engraçadinho vinha, mais velho que andar pra frente: “e o dia do homem, cadê?”. Parece até tradição - mas vai culpar os homens por isso? Nosso histórico de submissão é amplo e as queimadas de sutiã podem ser contadas nos dedos. É certo que há tempos a mulher como gênero evoluiu muito, isso não dá pra negar. Hoje, entre outras regalias, podemos até votar, trabalhar, estudar, concorrer à presidência e evitar filhos! Tudo com moderação. Do contrário há uma enorme lista de adjetivos pronta para uso indistinto.
E aí vem alguém me dizer que as mulheres vão dominar o mundo. Pois eu digo: não vão. Primeiro porque “dominar” não é verbo que mulher decente use. Poderiam até colocar calcinhas nos altos cargos mundiais e as palavras de ordem seriam o coletivo, a partilha, e nunca a dominação. Basta ter um útero pra saber disso. Segundo porque é claro que muito se conquistou, mas muito ainda está por vir. Nós vivemos em um mundo machista, exercido de forma machista por ambos os gêneros. Não há novidade. Mas se há um mundo que a mulher fincou a bandeirola da dominação e anda fazendo miséria, este é o admirável mundo do comércio.
Lá a gente manda e desmanda. Nós (ou nossas réplicas robóticas e perfeitas) anunciamos o mundo ocidental com maravilhas cosméticas e vestuárias que nos acorrentam a um ideal de perfeição. Somos figurinha carimbada em tudo que precisa ser vendido. Pois enquanto isso, lá na India, o que é vendido são as próprias mulheres. E eu, sinceramente, não consigo ver diferença.
Não sou feminista, mas também não me rendi. Há de se ter o
jogo de cintura pra agüentar a mulher filé, mulher melancia, mulher samambaia e continuar sendo a mulher-mulher, simplesmente mulher. Com um punhado de devotos, ruguinhas nos olhos e peito pequeno.
Foi também um anúncio do Dia da Mulher que estávamos vendo na agência, uma vez. A idéia era boa, e eu pedi opinião a uma colega. O que ela respondeu? “Do caralho!”.
E eu tive que dar razão.
*"Do caralho" é gíria amplamente utilizada por essa raça publicitária da qual pertenço, e significa que algo é muito, muito bom. Não há gírias de exaltação relativas à genitália feminina. A não ser que algo tenha dado muito errado.





Da mulher Amélia..





À mulher melancia! (mas isso é que é evolução heim...)

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